Por proposição do deputado Júlio Cavalcanti (PTB), a Assembleia Legislativa homenageou nesta segunda-feira com a realização de uma sessão solene os 53 anos de fundação da Orquestra Super OARA. Dezenas de músicos compareceram ao evento para abraçar o maestro e fundador da Orquestra, Égerton Verçosa do Amaral, também conhecido como “Beto da OARA”. O governador em exercício João Lyra Neto não pôde comparecer porque tinha outro compromisso mas foi representado pela esposa, Leila Vilanova.
Veja, abaixo, os principais trechos do discurso de Júlio Cavalcanti, que, a exemplo da Orquestra, também nasceu em Arcoverde:
I) Sertanejo de
Carnaíba, cidade que é conhecida no Pajeú como “terra de músicos”, Beto
chegou a Arcoverde na década de 50, para fixar residência, com pouco
mais de 20 anos de idade. E lá chegou à conclusão de que havia espaço no
interior de Pernambuco para a criação de uma orquestra, ao estilo de
Ray Conniff,
II) Foi assim,
portanto, que nasceu a Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos, que
posteriormente ficaria conhecida, apenas, como Super OARA. Não alcancei a
OARA nos seus primórdios mas por ser filho natural de Arcoverde conheço
relativamente bem a sua história.
III) A Orquestra,
logo no seu início, teve um crooner extraordinário, Sebastião
Caranguejo, natural de Afogados da Ingazeira, que ajudou a projetá-la no
Estado inteiro. Ele era um show à parte dentro da Orquestra, graças à
beleza de sua voz e a capacidade que tinha de montar repertório.
Infelizmente morreu cedo, vítima de complicações cardíacas. Mas foi-se o
homem e ficou a fama.
IV) Três anos
atrás, quando a OARA completou 50 anos, o governador Eduardo Campos teve
a feliz iniciativa de prestar-lhe uma homenagem no Salão das Bandeiras
do Palácio do Campo das Princesas. O maestro Beto esteve lá, junto com a
esposa, Dona Marly, e os filhos, para receber do Governo do Estado sua
mais alta comenda: a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes.
V) Eu ainda não
era deputado, mas recordo muito bem as palavras ditas pelo governador
naquela ocasião: “Poucas instituições neste Estado têm 50 anos e a
Orquestra Super OARA chegou lá, dando emprego a muitos músicos do
interior e animando festas no Estado inteiro”.
VI) Ao que se
saiba, apenas a Orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo, que é
pernambucano de Limoeiro, tem mais tempo de vida que a Super OARA.
VII) Disse certa
vez o poeta Nélson Cavaquinho que quem quisesse homenageá-lo o fizesse
com ele vivo. “Me dê as flores em vida/ O carinho, a mão amiga/ Para
aliviar meus ais/ Depois que eu me chamar saudade/ Não preciso de
vaidade/ Quero preces e nada mais”.
VIII) Você, meu
caro, está recebendo em vida as homenagens a que faz jus. Recentemente
foi acolhido na Academia Pernambucana de Música, da qual é hoje o
vice-presidente, homenageado pelo Governo do Estado e por este Poder
Legislativo.É o mínimo que Pernambuco poderia fazer em reconhecimento ao
muito que você fez por ele na área musical.
IX) Não bastasse a
sua condição de fundador da Super OARA, você se destaca em nosso
convívio como um homem do bem: simples, humilde, lhano, cavalheiro,
educado e amigo dos seus amigos. Conforme a feliz definição do maestro
Cussy de Almeida, de saudosa memória, a música humaniza os corações e
desembrutece as pessoas.
X) Você, que
bebeu na mesma fonte do maestro Israel Gomes e do internacionalmente
conhecido Moacir Santos, é exemplo dessas coisas.
Foto: Émerson
Postado: 12:37