Os cursos oferecidos nas comunidades rurais de todo Sertão pernambucano, através do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) estão ameaçados de não serem realizados este ano, por falta de liberação de recursos do Governo Federal. O alerta foi feito através de um e-mail enviado nesta quarta-feira (08) para a redação do Blog Alvinho Patriota pelas instituições encarregadas por ministrar as licenciaturas nos municípios da região, o Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco (CASVASF), localizado em Belém de São Francisco, e a Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde (AESA).
Segundo a CESVASF, o Procampo visa
‘valorizar a educação do campo, através do estudo dos temas relevantes
para as populações do campo, visando assim à expansão da oferta da
educação básica nas comunidades do campo e à superação das desvantagens
educacionais históricas sofridas por quilombolas, assentados,
ribeirinhos, entre outros povos’.
A instituição de ensino de Belém de São
Francisco afirma que foi selecionada pelo MEC juntamente com a AESA no
ano de 2008 para promover o Procampo na região, mas, o Governo Federal,
por meio do FNDE, só repassou os recursos direcionados para a manutenção
do programa em 2009. Os cursos têm duração de 4 anos por turma.
“A SECADI/ FNDE não cumpriu a obrigação
do repasse anual de recursos, os quais ficaram restritos aos valores
liberados em 2009, utilizados em 2010. Em 2011.1, os cursos se
mantiveram parcialmente graças ao esforço de coordenadores e
professores, que criaram condições mínimas de oferta dos componentes
curriculares do tempo/ escola. Através de mecanismos como doações,
patrocínios e outros, tentou-se manter as licenciaturas a fim de não
atrasar o período da integralização do curso, mas a situação se tornou
insustentável”, aponta.
Para comunidade acadêmica da CESVASF a
paralisação dos cursos significa ocasionará prejuízos irreparáveis aos
alunos da licenciatura e a todos os moradores do campo. “A falta de
repasse dos recursos acarreta desestímulo dos estudantes e configura
total desrespeito aos povos do campo. Além disso, deve-se ressaltar que
mais que uma questão política, o descumprimento dos termos do edital
acima mencionado configura-se inobservância de um dever jurídico. Logo,
não se pode admitir que estudantes, professores, instituições de ensino e
movimento sociais do campo precisem passar anos lutando para que o
Estado cumpra um dever com o qual o governo se comprometeu diretamente
através de edital.”
O Centro de Ensino Superior do Vale do
São Francisco lembra que os dois únicos cursos de Licenciatura em
Educação no Campo oferecidos em Pernambuco, são ministrados por
instituições de ensino superior municipais, que não são mantidas pelo
poder público. A CESVASF e a AESA reivindicam o envio imediato dos
recursos para darem continuidade ao Procampo.
Fonte: Blog Alvinho Patriota
Foto: Procampo/Aesa
Postado: 21:10
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